A Exposição “Dupla Exposição” procurou dar a conhecer vinte anos de carreira de Fernando Guerra em duas dimensões — o homem a obra —, partindo da especificidade das múltiplas camadas de um caminho que se faz de viagens, em solidão. Talvez só assim tenha sido possível chamar-se a si próprio no processo da criação. Um processo que se tem mantido de forma serena, como antídoto natural contra a angústia que assiste qualquer criador que se vê diariamente confrontado com a dificuldade e o mistério da definição de beleza. Antes prossegue e é perseguido porque não vulgariza, mas antecipa novas linguagens à fotografia de Arquitetura. Fernando Guerra mantém a base da sua formação, a arte de ver, de saber ver com inocência e vai, sem fazer por isso, provando que aos olhos dos que nada veem nada se pode esperar.
Arquiteto em trânsito, fotógrafo omnipresente, Fernando Guerra divide o seu tempo pelo mundo. E assim, esta foi uma exposição que recortou partes dos caminhos do mapa dos vinte anos de Fernando Guerra, através dos objetos que coleciona, como dos múltiplos lugares que nos dá a conhecer.