Na era da pós-verdade, quando os factos não importam mais, considerar a ideia de manipulação através de um contexto arquitectónico requer um pensamento sobre as ferramentas de seu próprio discurso. Hoje em dia, a opinião pública é baseada no apelo à emoção, das crenças e da repetição de uma não-verdade até que ela se torne uma não-mentira. Esta é a era da manipulação. É a era da imagem retratada, mais empática do que factual. Assumindo a vontade de analisar a urbanidade, sabendo que o olhar comum sobre a realidade avança para o declínio, “The Return of Utopia” [O Retorno à Utopia] desafia as ferramentas contemporâneas através de um jogo de utopias, num novo contexto da verdade, que é o pós-utopia.
Neste sentido, Tiago Casanova cria uma obra original, através de uma configuração videográfica adaptada à instalação, perseguindo a idealização de um edifício circular, estabelecido num contexto abstracto (des)figurado. Procura uma forte relação com o corpo e o espectador, iniciando um processo de verdade múltipla sobre uma verdade: uma desorientação sobre uma orientação, um olhar sobre a sociedade sobre a precisão da captura de um gesto, um desenvolvimento crítico sobre o ritmo de uma nova forma de obeservar.
Filipe Raposo faz parte da exposição, com o design dos efeitos sonoros para realçar os sentidos na experiência espacial global.
manipulation, the return of utopia
Curadoria • 2017, Arquivo 237, Lisboa, Exposição Individual
manipulation, the return of utopia
Curadoria
Curadora
Andreia Garcia
Instalação
Tiago Casanova
Sonoplastia
Filipe Raposo
Organização
Arquivo 237
Fotografia
Tiago Casanova