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sem espinhas

Curadoria • 2022, Guimarães,
© Architectural Affairs

sem espinhas

A proposta que aqui se apresenta visa a criação de uma plataforma que compartilha conhecimento sobre alimentação e ecologia por meio de perspetivas transdisciplinares e práticas colaborativas.
Como investigadora no campo disciplinar da arquitetura, Andreia Garcia depara-se muitas vezes com a importância da noção do ecológico, como algo que parte da natureza e faz dela o que é essencial, universal e subsistente. O problema é que
a vida animal é um universo muito mais alargado, derivado de muitos fatores, como do que ingerimos, da energia que processamos, da tecnologia, de tudo o que fazemos que nos confronta com uma crise de distribuição geral.
Portanto, neste momento, estamos a encarar, ou a ser forçados a colocar-nos perante uma questão moral: à luz de todos os problemas que enfrentamos, o que devemos fazer?
Olhamos para a cultura popular que está repleta de imagens do apocalipse ambiental. Imagens de distopia climática saturam os meios de comunicação social contemporâneos. De um ponto de vista superficial, estas imagens partilham uma certeza comum: a arrogância tecnológica da humanidade produz uma mudança ambiental dramática.
Há duas visões muito diferentes do futuro que englobam constelações
divergentes de esperanças e medos da sociedade. Esta divergência tem implicações na forma como a conceção e o planeamento funcionam para mediar
o presente e o futuro imaginado. Um relata cenários de escassez de água, e o outro, de um mundo submerso. O apocalipse seco versus o apocalipse húmido. Somos definidos pela diversidade e pela capacidade de modificar as nossas capacidades. Por outras palavras, se por um lado vivemos nesta instabilidade radical, por outro, esta é a base do impacto dos nossos hábitos errados.
É neste pressuposto que este programa se desenha, procurando o caminho que vem da terra e que envolve a comunidade à mesa. Esta é uma proposta que perpetua a nossa identidade alimentar num balanço entre o lugar de ontem e o lugar do amanhã.
Esta proposta emerge do lugar. Neste antigo mercado, onde outrora as nossas memórias se encontravam na compra de comida, hoje a exploração é a miragem e a oportunidade temática a que o lugar vazio abre espaço. Em forma de momento, de palavra performativa e em mostra de investigação, prometem-se reflexões sensoriais, tanto dos processos de cultivo, como de consumo.

Curadora

Andreia Garcia

Promotores

Câmara Municipal de Guimarães, Centro Internacional de Artes José de Guimarães, Universidade do Minho

Agradecimentos

Juliana Almeida, JF Almeida
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